Educação Midiática

O que é Educação Midiática?
A Educação Midiática, no contexto atual, refere-se a um conjunto de competências que nos permitem navegar com segurança e responsabilidade entre as informações que recebemos no dia-a-dia. Trata-se de uma habilidade de leitura crítica, decodificação e análise das notícias e, sobretudo, da construção de uma ética pessoal e profissional dedicada à interpretação e à compreensão social e contextual das informação difundidas nas diferentes mídias.
Um texto nunca é só um texto. Falado ou escrito, um texto é também imagem, enquadramento, código, linguagem. Em tempos de inteligência artificial e manipulação digital, aprender a ler além do escrito é urgente.
O termo Educação Midiática foi trazido ao debate público pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 1960. Atualmente, o conceito abrange os letramentos relativos à leitura das mídias: audiovisual literacy, image literacy, digital literacy, entre outros. Não se trata de uma ideia nova, já que sempre houve uma grande preocupação com a manipulação de informações no rádio e no cinema, mas, quanto mais nossa sociedades se digitalizam, mais fica evidente a sua importância estratégica.
Há quase 20 anos o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) realiza anualmente a pesquisa TIC Domicílios, que mapeia a presença e o uso as tecnologias da informação e comunicação nos lares brasileiros. Em 2022, os resultados apontaram que 149 milhões de brasileiros com dez anos ou mais acessaram regularmente a Internet. Do total de entrevistados, 51% verificaram, pelo menos uma vez, se alguma informação que encontraram na Internet era verdadeira.
Em um minuto, nossa sociedade hiperconectada produz e faz circular um volume de informações inédito na história humana. O levantamento anual "Dados nunca dormem", publicado pela plataforma de gestão de dados Domo, estimou que 97 zettabytes foram gerados em 2022, o que significa que a cada minuto foram publicados 347.000 tweets, enviadas 16 milhões de mensagens de texto e publicadas 500 horas de vídeo. No cotidiano, navegar esse oceano de informação representa um desafio ao senso crítico, à saúde mental e à cidadania de bilhões de indivíduos.
Neste contexto, a ideia de educar para a mídia e a informação faz cada dia mais sentido e traz consigo um caráter de urgência. No futuro, as tecnologias generativas e as novas formas de produção de conteúdo trarão grandes transformações. É preciso discutir hoje suas implicações para o trabalho, a saúde, os sistemas regulatórios e a democracia. O tempo urge.
Quem precisa de Educação Midiática?
Todo mundo que consome ou produz conteúdo precisa de Educação Midiática. Todo mundo que tem um perfil ativo em uma mídia social, usa o Whatsapp, assiste filmes e séries ou acompanha o noticiário na TV faz parte desse grupo.
A Educação Midiática é para quem produz conteúdo profissionalmente e para quem não publica nada. Para quem bate-papo nos aplicativos e para quem apenas acompanha as discussões. Para quem tem crianças ou adolescentes em casa e para idosos. Para médicos, advogados, cientistas, psicólogos, especialistas e donas de casa. Para nativos digitais ou não. Em resumo, para todo mundo.
Benefícios da Educação Midiática
• Desenvolve a autonomia, amplia a compreensão de mundo e promove a autoexpressão;
• Melhora a capacidade de análise e compreensão das mídias e previne a exposição a conteúdos desinformativos;
• Oferece instrumentos para a produção de conteúdo baseada em fatos e evidências e estimula a escrita eficaz, que efetivamente comunica;
• Incentiva o hábito de checagem e conferência das informações, ampliando o acesso ao conhecimento;
• Reduz os riscos e vulnerabilidades aos golpes digitais;
• Desenvolve habilidades técnicas para o uso de mídias e hipermídias;
• Estimula a formação de reflexões críticas sobre diferentes contextos sociais e culturais e suas formas de representação em diferentes produtos midiáticos -- jornalísticos, cinematográficos, literários, etc.